Três encontros


João 9.35-38 Ouvindo Jesus que o tinham expulsado, encontrando-o, lhe perguntou: Crês tu no Filho do Homem?
Ele respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele creia? E Jesus lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo. Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou.

O primeiro deles foi um encontro prático. Foi a curiosidade dos discípulos que encaminhou este encontro. Em Israel e, mesmo fora dele, sempre se imaginou uma relação de causa e efeito muito simplista; de duas, uma: este homem era cego por causa do seu próprio pecado, ou por causa do pecado de seus pais. Jesus rompeu com este modo de pensar e afirmou: “nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (v. 3).

Fez lodo com terra e saliva, aplicou aos olhos do cego, que se dirigiu ao Tanque Siloé. Resultado? O resultado é que ele passou a enxergar.

Literalmente, sua vida se transformou num piscar de olhos. Agora poderia ver as pessoas, distingui-las, observar a natureza, encantar-se com as cores. Um novo mundo se abria para ele. Além de cego, era um mendigo. Doravante, poderia ter uma digna ocupação. Realmente, este encontro foi muito prático e vantajoso para o cego, cujo nome nem sabemos. Porém, isto não significou verdadeiro e profundo encontro com Cristo. Quando perguntado a respeito de quem havia operado este milagre, ele, apenas, responde que nem sabia onde ele se encontrava (v. 12).

Muitos têm um encontro desta natureza com o Senhor Deus. Trata-se de um encontro que resolve problemas, geralmente do tipo saúde, dinheiro, vida afetiva e coisas semelhantes. Mas não passa disto. Neste caso, Jesus é um grande “quebra-galhos”.

Surpreendentemente, o que fora cego, agora se vê diante da iminência de um 2º encontro com Cristo, que nós vamos chamar de encontro religioso. Na verdade, nem foi um encontro pessoal com Cristo. Mas sem o querer, ele se viu num grande debate teológico e doutrinário a respeito de Cristo, a ponto de fazer um pronunciamento que calou os fariseus (v. 13-34).

Encontros como este, também, são muito comuns. Do contrário, não existiriam tantas igrejas, para tantos gostos. Basta uma ligeira discordância e, repentinamente, surge um novo grupo. E os que militam nesta vertente podem fazer prolongados discursos sobre o seu ponto de vista, sem que isto se reflita numa mudança radical de vida.

Finalmente, vamos observar o 3º e definitivo encontro com Cristo. Poderíamos chamá-lo de encontro de salvação, de redenção, mas o próprio texto sugere um termo mais simples. Foi o encontro da fé. Neste momento, Jesus aborda o que fora cego com a seguinte questão: “crês tu no Filho do homem?” (v. 35); ao que ele indaga: “e quem é ele para que eu deposite a minha confiança nele?” (v. 36). Neste ponto, Jesus se revela de modo bem claro: “já o tens visto e é o que fala contigo”. A resposta definitiva vem nesta simples expressão: “creio, Senhor”
(v. 38).

O objeto de nossa fé não são as circunstâncias: se positivas, então, cremos, caso contrário, não podemos professar tal fé. Não direcionamos a nossa fé a pessoas ou instituições. Nossa fé está posta no Senhor Jesus, haja o que houver. Tal fé vai provocar uma atitude de constante adoração a Jesus (v. 38) e um caminho sempre iluminado (v. 39-41), pelo qual devemos andar.

Que encontro já tivemos com Cristo? Em qual encontro nos achamos estacionados? É importante avançar para o pleno e decisivo encontro, que salva e redime e nos faz andar em novidade de vida com Jesus.

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